MULTIPLICA DIGITAL – FARMÁCIA POPULAR DEIXA DE ATENDER 7 MILHÕES EM DOIS ANOS
Farmácia Popular deixa de atender 7 milhões em dois anos

O esvaziamento do Farmácia Popular continua em curso. Criado em 2004, o programa chegou a beneficiar 33 milhões de brasileiros com o apoio da iniciativa privada. Mas nos últimos dois anos, em plena pandemia, deixou de atender 7 milhões de usuários. Os dados são frutos de um levantamento da ONG Repórter Brasil junto à Fiocruz e ao Ministério da Saúde.
Os indicadores refletem a redução de 27% dos investimentos com o programa desde 2015. A situação se agravou em 2017 com o fechamento de 400 farmácias credenciadas em cidades e bairros de baixa renda, que beneficiavam em torno de 6 milhões de pacientes e não tiveram reposição.
À época, o Ministério da Saúde argumentou que 80% do orçamento com a rede própria, que totalizava R$ 100 milhões, era comprometido com despesas administrativas e não com medicamentos. Naquele ano, segundo a Abrafarma, o programa garantia o atendimento de 33,1 milhões de pessoas nas grandes redes de farmácias conveniadas. O contingente despencou para 30,3 milhões em 2019, enquanto 2021 terminou com 21,6 milhões de usuários.
Mudanças no modelo de credenciamento e exemplos internacionais
O setor farmacêutico defende mudanças no atual modelo de credenciamento, baseado na adesão por ponto de venda. A ideia é que o cadastro seja feito por empresa, com inclusão automática de novas filiais, o que tende a facilitar a divulgação e fidelizar mais usuários.
Os exemplos da Europa e do Canadá refletem o que poderia acontecer no Brasil. Um sistema de coparticipação não só facilita a adesão a medicamentos, como também evita despesas públicas com tratamentos de emergência e superlotação de hospitais.
Na França, onde não existe um modelo de assistência à saúde universal como o SUS, o copagamento é feito segundo as classes terapêuticas e as patologias, com descontos de 35% a 100%. O governo espanhol define como preço de referência a média do quinto inferior, ou seja, 20% dos menores preços no mercado. Já o Canadá escolhe a alternativa mais barata no mercado como base, além de promover a integração plena de informações entre o sistema de saúde e o farmacêutico.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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